segunda-feira, 28 de maio de 2018

ELIAS SIMÃO

Fotógrafo amador. Nasceu em Alegre, a 17 de julho d e1905. Filho mais velho dos comerciantes libaneses Gabriel Simão (nascido em Baskinta, no Líbano, falecido em Alegre, em 1944) e Luzia Tannure Simão (falecida em Alegre, em 1941).
Aprendeu a fotografar e a processar as próprias imagens com o primo Nelson Simão Tanure, em 1913. A partir daí começou a se dedicar à fotografia como hobby e como meio de expressão, fazendo retratos instantâneos e registrando vistas e paisagens da região, em belas composições, captadas pelas lentes de uma Rolleiflex e importando o material da França. A partir de 1918, intensifica a sua produção, fazendo também retratos de pessoas da região, especialmente da zona rural, para uma clientela que jamais havia visto imagens fotográficas ou havia sido retratada. A reação dos fotografados, ao receberem as cópias dos retratos, era sempre surpreendente, afirma Elias. Alguns ficavam extasiados, ao contemplarem a própria imagem; outros não escondiam o nervosismo, tanto durante a pose, como ao observarem as suas imagens fixadas ou congeladas pelo fotógrafo, nervosismo esse manifestado quase sempre por meio de intermináveis acessos de riso. Havia ainda aqueles que não escondiam o ar de decepção ao se verem sem as mãos, os pés, e outras partes do corpo ou do traje, nos retratos 3x4, elaborados por Simão para documentos, como títulos de eleitor, ou ao compará-los com similares de corpo inteiro, que lhe haviam sido encomendados por vizinhos ou familiares.
Foi casado com Ceália Francis Simão, já falecida.
Entre 1929 e 1930, viajou ao Líbano, onde adquiriu bom suprimento de material fotográfico. Como atividade profissional, dedicou-se ao comércio e à contabilidade. Colabora ainda hoje, aos 94 anos de idade, com os jornais locais, assinando uma coluna que aborda problemas sociais e outros assuntos, digitando os textos e as imagens num computador próprio, o que traduz a sua capacidade para manter-se atualizado e em sintonia com o novo tempo.
A tradição da arte fotográfica mantém-se viva até hoje, através do filho de Elias, Simão Paulo Guenin Simão.
Referência: LOPES, Almerinda da Silva. Memória aprisionada: a visualidade fotográfica capixaba, 1850/1950. [Vitória, ES]: EDUFES, 2002.
Fonte: Depoimento do fotógrafo à autora, em sua residência em Alegre, no dia 12 de março de 1999.


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