segunda-feira, 28 de maio de 2018

ANTONIO CAPPELLETTI

Italiano nascido na região de Trento, chega ao Espírito Santo em 1875. Faleceu no Rio de Janeiro em data incerta.
Era casado com Alzina Cappelletti e tinha dois filhos, João e Aristides Cappelletti. Vivia com ele um tio chamado Assumpto Cappelletti.
Embora se desconheça que atividade exerceu durante os primeiros anos que aqui viveu, sabe-se que em 1890 se estabeleceu em Vitória como construtor e com um comércio de materiais de construção, oferecendo os seus produtos para toda a região, conforme se constata na imprensa da época:
Antonio Capelleti (...) para facilitar as construções na pittoresca Villa do Espírito Santo tem sempre a disposição de quem quizer (sic) edificar, diversos materiais como sejam: linhas para engradações, caibros, pedras... Quaesquer quantidade que for preciso (...) a tratar com o proprietário e contratante o artista Antonio Cappelletti. (1)
Todavia, desde o início de 1893, o italiano informa que pretendia se retirar ''brevemente do estado" e pedia "aquelles que se julgarem seus credores para apresentarem suas contas legaes que serão imediatamente pagas". E advertia os seus devedores para que procedessem da mesma maneira, pagando-lhe aquilo que lhe era devido. (2)
Referências a Cappelletti voltam a aparecer nos periódicos apenas em 1897, quando ele se estabelece com um ateliê fotográfico à rua Pereira Pinto n. 6 (sobrado), em Vitória.
Nas propagandas que publica, informa que esteve na Itália, onde "adquiriu longa prática na profissão":
Chegado de volta da Europa, onde esteve em um dos principais 'atelier' photographico do professor Cario Righetti, de Trento e no Laboratorio Industrial do sr. F. Magàni, de Milano - declara ao publico desta capital e do interior do Estado, que trouxe um sortimento de materiaes necessarios à arte e bonitos apparelhos modernos. Está habilitado a executar qualquer trabalho, como seja: Photographia em cartões - formatos de visita, gabinete, 'Boudoir', salão, grupos e vistas de qualquer localidade.
Especialidade Calcographia. Faz a reprodução, ampliação de desenhos, quadros, oleographias, estampas, etc.
Prepara bons retratos de todo o tamanho, sobre vidros, com grandes relevos e com as cores naturaes, bem como quaesquer reveladores, banhos, viragens e fixadores - sensibiliza qualquer papel - systema novo e economico, para os amadores da arte photographica. Ensina qualquer processo que pertença a esta arte por preços modicos e rasoaveis.
Trabalha exclusivamente com chapas dos primeiros fabricantes da europa - taes como os de M. Cappelli, de Milano - as legitimas do dr. Schleussner's de Vienna e as de A. Lumiere, de Lyon.
Encarrega-se de qualquer encommenda desta capital e do interior do Estado.
Todos  aquelles  que    tem  sido photographados, quizeres novas reproduções - terão o abatimento de 50%.
Todos os militares estadoaes (sic) ou federaes que quizerem (sic) photographar­se gozarão igualmente da vantagem do abatimento de 50% para o preço dos retratos.
O seu atelier photographico acha-se aberto das 8 horas da manhã às 6 horas da tarde para qualquer trabalho concernente à arte. (3) 
No mesmo ano, a título de propaganda, informava estar apto a fotografar religiosos, ofertando aos articulistas dos periódicos retratos dessas pessoas:
O sr. Antonio Capelletti, inteligente e hábil photographo desta capital, ofereceu-nos uma magnifica e perfeita photographia de S. Excia. O sr. João Nery, Bispo Diocesamo, reprodução de uma outra tirada em Roma, dos monsenhores Marty e Pedrinha e de todos os padres do seminário episcopal. (4)
Entre outubro de 1897 e maio de 1898, o fotógrafo realiza viagens ao Rio de Janeiro onde entabula a criação de novos ramos comerciais, e desloca-se por todo o interior do Espírito Santo, para realizar o que denomina de "excursões artísticas", interessado em angariar clientes para adquirirem seus retratos, mas também na procura de paisagens e vistas surpreendentes. A imprensa da época registra a sua atuação em:
Villa Pau Gigante, Santa Cruz, Guarapary, Benevente, Piúma, Barra do Itapemirim, Villa de Itapemirim, Cachoeiro de Itapemirim, Alegre e Castello, esperando merecer a confiança do respeitável público, que não poupará esforços para servir a todos que desejarem possuir uma estupenda photographia. (5)
Moça da família Monjardim (não identificada).
Autor: Antônio Cappelletti, Photografia.
Data 1898. Dimensões: 14 x 9,8 cm
(papel albuminado); 16,5x10,9 cm
(cartão-suporte). Acervo: Adelpho Poli
Monjardim.
A iconografia que produziu tanto em Vitória como no interior, constando de vistas, paisagens naturais e arquitetônicas, foi depois colocada à venda na charutaria Flor da Bahia, na Rua Duque de Caxias, 38, ao lado de trabalhos de Albert Richard Dietze, como informam as propagandas, com o qual Cappelletti deve ter tido, ao que tudo indica, contato. Nos anúncios publicitários, o fotógrafo italiano informava que o "grande sortimento de vistas dos principais pontos deste Estado", também se encontrava à venda no próprio ateliê. Entre as fotografias de arquitetura dava destaque ao quartel da polícia, Congresso do Estado, Convento do Carmo, interior e exterior da catedral de Vitória, além de outros edifícios da Capital. (6)
No mesmo ano de 1897, para fazer propaganda de uma câmara automática, Cappelletti acaba por mostrar o seu entusiasmo pela possibilidade de utilização do retrato na área judiciária, como meio de identificar ladrões e criminosos, visão que se antecipa à obrigatoriedade da identificação individual, capaz de fornecer características pessoais de pessoas acusadas ou suspeitas à área policial, embora a fotografia já fosse utilizada com essa função, na Europa, mais de duas décadas antes:
Participa que tendo recebido um apparelho proprio para photographar a qualquer hora da noite, especialmente proprio para apanhar os larapios, que muito tem apparecido neste Estado, a querer o que não lhes pertence. Eu, querendo continuar os meus serviços pelo progresso, onde resido a vinte e dois annos estou prompto a chamadas a qualquer hora da noite, gratuitamente, só por ter a satisfação de entregar o ladrão as correntes da justiça e em menos de 20 minutos é conhecido. O Photographo Antonio Cappelletti. (7)
Também em 1898, inaugura em Vitória uma livraria e papelaria, forma de ampliar e diversificar o seu ramo de atividade, uma vez que, além de livros e material de escritório, passa a vender também equipamentos e artigos fotográficos para amadores. A nova casa comercial funcionava ao lado do ateliê fotográfico, na mesma rua Pereira Pinto, nº 10:
Importante Livraria e Papelaria de Antonio Cappelletti. Esta importante casa chama a atenção do respeitável público desta capital e do interior do Estado que, chegado de próximo da Capital Federal pode conseguir das principais casas de Papelarias e Livrarias um esplendido sortimento deste genero, que vendo por preço sem competidor. Livros comerciais - neste ramo de negócio e enorme sortimento.
Visto a Alfandega do Estado do Espirita Santo estar convidando os cidadãos que negociarem no território deste Estado, com fundo capital maior de cinco contos, a registrarem e selarem os seus livros, o que com uma insignificante quantia habilitarem-se a satisfazer as exigencias da lei, na Livraria Cappelletti. (8)
Nas propagandas seguintes observa-se que o nome da razão social havia sido alterado para Livrairia e Papelaria Victoriense, "onde continuava a receber sempre as ultimas novidades e amplo sortimento de livros comerciais, artigos para escritório, romances, livros das escolas publicas, etc., chegados pelos vapores do Rio de Janeiro". (9) Os anúncios passam a destacar a chegada também das últimas novidades em artigos fotográficos, à venda na sua livraria:
A ultima hora recebeu novo e moderno apparelho photographico extantaneo que em 24 horas qualquer pessoa torna-se um habil photographo. Esta machina e todos preparos, em acomodada em uma rica bolsa, pesando tudo 5 kilos. Qualquer pessoa que pretenda comprar este apparelho dá-se a instrução.
Tem também grande sortimento de artigos para os amadores da arte photographica, chapas de todas as dimensões, chapas Lesleiner, ditas Capelli, ditas Lumier, ditas Inglezas. Cartões de todos os tamanhos, ditos Bristol Sais. Chimique para os processos da photographia. Prepara-se qualquer banho, como seja: revelador, fixagem, etc., banho prompto para papel albuminato. Dá-se qualquer explicação pratica e teorica sobre o processo photographico. Ensina-se o processo dos retratos sobre vidros, pintado com as cores naturais, sem precisar de ser pintor. Este trabalho é estupendo e garante-se a conservação das tintas da ultima descoberta.
O bem contado gabinete photographico trabalha todos os dias das 8 horas da manhã às 3 horas da tarde. Atende qualquer chamado para fora da capital. Ver para crer, na saleta de espera que é freqüentada por mais de 200 pessoas diariamente, apreciam a grande quantidade de retratos expostos nas vitrinas (...). (10)
A nova denominação era atribuída também ao empreendimento fotográfico batizado agora de Gabinete Photographico Victoriense. Cappelletti, além de detalhar a especifidade dos retratos que comercializa, alardeia as "novidades" que introduz no mercado local, as quais já eram, na verdade, conhecidas há algum tempo nos centros mais desenvolvidos. Enaltece a facilidade com que equipamentos e produtos químicos para revelar e fixar as imagens podiam ser manuseados agora, com uma simplicidade que estava à altura até das crianças. O discurso do italiano revela tanto uma concepção de fotografia como um mero registro do mundo analógico, semelhante portanto àquele que imperou na primeira metade do século XIX, na Europa, como o seu interesse em produzir imagens em escala industrial, isto é, como uma mercadoria com 2 qual quer obter lucros rápidos. Difunde através das propagandas a idéia de que para se tornar fotógrafo basta apontar a objetiva da máquina para algum objeto, apertar um botão e disparar, que a indústria fotográfica garantia o resto, o que evidentemente faz parte das estratégias para vender os seus produtos. Isso o leva a exagerar até nas suas conjeturas sobre os ganhos que os possíveis interessados em tomar-se fotógrafos poderiam auferir de imediato. Observa-se também nos textos publicitários a possibilidade de colocar as descobertas mais recentes da fotografia a serviço da reprodutibilidade mecânica das imagens, tanto dos retratos como das obras de arte:

Ultima descoberta Calcographia. .Reproduções de qualquer retrato velho ou novo. A todos os srs. Photographos e pintores.
Um menino de dez annos de idade aprende a exibir-se nesta profissão sem que sejo preciso de machina ou apparellho para apresentar estupendas photographias no papel, ou em vidro, com as cores naturaes e com grandes relevos, e de duração incalculável. Caso queira, pode-se reproduzier desenhos, oleographías e estampas, etc. etc.
Não é preciso capital para o desenvolvimento da industria lucrativa, honesta e constante.
Qualquer senhor ou senhora pode trabalhar em casa própria, podendo ter um lucro diário de vinte a trinta mil réis, sem quase nenhuma despesa.
A photominiatura sabe-se que não é uma novidade, esta são as phorographias pintadas sobre dous vidros sem grande relevo, mas o meu processo é novo e economico, porque em vez de dous vidros só é preciso um.
Todas as pessoas de fora que pretenderem explicações do processo acima pode mandar por vale postal a quantia de quinze mil réis, que promptamente será remettida uma prova já preparada para assim avaliar o trabalho e a mão do artista sem saber pintar nem desenhar. (...).(11)
Comercializa agora também outros produtos comoa s famosas "folhinhas Laemmert, chromosos para folhinhas, livros religiosos, Almanack do Rio Grande; Almanack Alagoano das Senhoras, pendentes de ricos e delicados chromos", bem corno as tintas Sardinha, usadas para abastecer  as penas dos escolares e dos funcionários das repartições públicas "de todos os Estados Brasileiros”. (12)
No início de 1900, amplia o estúdio fotográfico, que ocupa agora o nº 15 da mesma rua Pereira Pinto, "visto ali dispor de um grande salão, todo envidraçado, que garante um estupendo retrto a qualquer pessoa". (13)
No ano seguinte, adiciona à Papelaria e livraria Victoriense um varejo de secos e molhados, para venda de "mercadorias nacionais e estrangeiras". (14)
Transfere, também na mesma época, o gabinete fotográfico para novo endereço, segundo os anúncios publicitários, por ser o local mais amplo e bem iluminado. Oferecia também uma lista para dos gêneros dos retratos e os respectivos preços:
O proprietário deste bem montado estabelecimento participa à praça e à sua numerosa freguesia desta Capital e do interior que mudou-se para a Travessa da Rua da Alfândega n. 3. Neste local montou o seu Athelier Photographico com grande exposição de luz e bastante espaçoso, onde pode attender a qualquer trabalho que for preciso. Espera, portanto, continuar a merecer a confiança que durante 5 annos de trabalho lhe tem sido dispensada pelo respeitável público. Grande abatimento.
Tabela dos preços de retratos em cartões lithographados e dourados:
Uma duzia de retratos formato salão 80$000
Meia duzia de retratos "   "                    60$000
Uma duzia de retratos "     gabinete   30$000
Meia    "       "      "      "                             20$000
Uma duzia de retratos formato visitas...         20$000
Meia duzia de "   "                                  10$000
Um retrato em vidro com as cores naturaes 20$000
Uma reprodução de qualquer retrato por 30 x 40 cc. 30$000
Uma reprodução de qualquer retrato pequeno 10$000
12 retratos de um grupo formato salão 100$000
Attende qualquer chamado para casas de familia. Trabalha todos os dias das 10 horas da manhã às 3 da tarde.
NB. Todo e qualquer trabalho é pago adiantado e bem assim, entregue dentro do prazo de 12 dias, a contar da data que se photographar. Antonio Cappelletti. (15)
Na mesma época, anunciava a exposição e venda no estúdio e na livraria de uma série de fotografias tiradas por ocasião da festa do Senhor do Bonfim, na Praça João Clímaco, imagens essas "de uma perfeição e nitidez admiráveis", diziam os anúncios na imprensa, Comercializava também outro gênero de retratos que chamam a atenção pelo seu caráter insólito ou mesmo pelo mau gosto, entre as quais as do "bárbaro assassino do logar (sic) denominado Barreiros, Manoel Antonio de Faria e das 15 photographias dos machinismos da grande e heroica conquista do balão de Santos Dumont''. (16)
Como retratista, Cappelletti recorria a cenários pintados e a uma curiosa trama formada por galhos de árvores, como já foi citado. Colava os seus Cabinet Portrait (Gabinete), medindo geralmente em tomo de 14 x 9,5 cm ou 14 x 10 cm, sobre um suporte de papelão grosso, de altura um pouco maior que o campo fotográfico, deixando uma margem na base da fotografia onde estavam impressos os dizeres: Antonio Cappclletti - Photographo Victoria. O dorso do suporte do papel fotográfico era usado pelo autor das imagens como publicidade da sua oficina:
GABINETE PHOTOGRAPHICO
VICTORIENSE
Especialidade em retratos coloridos sobre vidros
Reproducção de qualquer retrato velho ou novo
CONSERVAM-SE AS NEGATIVAS
Pagamento adiantado.
Em 1903, publica anúncios liquidando os produtos de sua Livraria e Papelaria Vitoriense, retratos, vistas, equipamento e materiais fotográficos, alegando retirar-se para a Capital Federal. (17) A partir daí cessam as notícias sobre Cappelletti e desconhece-se se retornou suas atividades como fotógrafo no Rio de Janeiro.
Notas: (1) ''Antonio Capcllcti",  Commercio do Espírito Santo, Vitória, 14 março 1893.
(2) "Atelier Photographico de Antonio Capelletti", Commercio do Espirito Santo, Vitória, 30 e 31 março 1897, p. 2 e 3 (respect.) e "Antonio Capelletti".
(3) O Estado do Espírito Santo, 31 março 1897, p. 1.
(4) O Estado do Espírito Santo, 20 jul. 1897, p.1 e 20 jan. 1898, p.2; Commercio do Esplrito Santo, 21 jul. 1897, p.2.
(5) Commercio do Espírito Santo, 14 out. 1897, p. 4 e O Estado do Espirito Santo, 18 maio 1898, p.1.
(6) ld. Ib., 28 abril 1897, p. 1; 17 ago. 1 897, p. 4; 14 out. 1 897, p.4; ld. ib, 1 set. 1900, p. 1.
(7) "A ultima descoberta - sempre pela ordem e pelo progresso", Commercio do Espirito Santo, 11 dez. 1897, p. 3.
(8) O Estado do Espirito Santo, 16 fev. 1898, p.3.
(9) “Livraria e Papelaria Victoriense”, O Estado do Espírito Santo, 15 março 1899, p.1.
(10) O Estado do Espírito Santo, 09 abril 1898, p.3.
(11) Commercio do Espirito Santo, 27 abril 1897, p.4, 4 ago. 1900, p.4.
(12) O Estado do Espírito Santo, 18 nov. 1899, p.3; 13 fev. 1900, p.1; 24 jul. 1901, p.3; 09 set. 1901, p.3; 13 nov. 1901, p.4; 17 jan. 1902, p.3; 30 dez. 1902, p.2.
(13) Id. Ib. 4 jan. 1900, p.3.
(14) Id., 23 jul. 1901, p.4.
(15) O Estado do Espírito Santo, 21 set. 1901, p.3.
(16) Id. Ib, 24 jul. 1901, p.3 e 13 nov. 1901, p.4.
(17) Id, 01 abril 1903, p. 3; 09 e 12 maio 1903, p. 2; 11 março 1903, p.3.
Referência: LOPES, Almerinda da Silva. Memória aprisionada: a visualidade fotográfica capixaba, 1850/1950. [Vitória, ES]: EDUFES, 2002.
Fontes: Commercio do Espírito Santo, 1870-1889.
O Estado do Espírito Santo, 1894-1905.
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2. Antonio Cappelletti (ou Cappellette) foi, possivelmente, o sucessor do estabelecimento de Felix Bartels. Em março de 1897 informava ao público, em longo anúncio, que havia acabado de chegar da Europa, onde tinha adquirido "um sortimento de materiaes necessarios á arte e bonitos apparelhos modernos", Julgava-se habilitado a executar retratos em "formatos de visita, boudoir, salão, grupos, e vistas de qualquer localidade", Além disso, fazia reproduções, ampliação de desenhos; preparava banhos reveladores, viragens e fixadores; sensibilizava papéis "para os amadores da arte photographica". Os militares estaduais ou federais gozavam "da vantagem do abatimento de 50% para o preço de seus retratos” (Commercio do Espirito Santo, 31 mar. 1897, p.3). O mesmo anúncio foi publicado em mais 25 edições do periódico, até o princípio de junho de 1897. O fotógrafo lançava mão de outras estratégias comerciais junto à população mais religiosa, conclamando “todos os catholicos apostólicos romanos” para que tivessem “em suas casas o retrato” do Bispo do Estado. Ainda no mesmo anúncio, informava que tirava fotografias “de casamento, defuntos, etc.”(Estado do Espirito Santo, 26 jun. 1897, p.2). Em outubro esclarecia em anúncio ao “publico do interior do Estado” que, embora fosse sua intenção viajar por várias localidades do interior, viu-se na contigência de adiar tal viagem “em vista do muito trabalho que tem no seu atelier” (Commercio do Espirito Santo, 6 out. 1897, p.3). No mês seguinte anunciava, sob o título de “a ultima descoberta sempre pela ordem e pelo progresso”, que havia recebido “um aparelho próprio para fotografar a quelquer hora da noiteespecialmente próprio para apanhar os larápios, que muito tem apparecido neste Estado [sic]”. Esclarecia que pretendia continuar a prestar serviços “pelo progresso” do local onde vivia Há 22 anos. Aceitava “chamadas a qualquer hora da noite, gratuitamente [...] só por ter a satisfação d eentregar os ladrãos ás correntes da justiça” (Commercio do Espirito santo, 26 nov. 1897, p.3). Entre outubro e novembro comunicava ter voltado de uma excursão ao sul do Estado (Estado do Espirito Santo, 1 out. 1898, p.2). No princípio de 1899 participava a reabertura “do seu novo gabinete photographico, na mesma rua Pereira Pinto, 6” (Estado do Espirito Santo, 8 jan. 1899, p.2). Em fevereiro do mesmo ano se expandia suas atividades com a inauguração de uma livraria e papelaria: a Livraria Cappelletti. (Estado do Espirito Santo, 10 fev, 1899, p.3)

Referência: KOSSOY, Boris. Dicionário histórico-fotográfico brasileiro: fotógrafos e ofício da fotografia no Brasil (1833-1910). São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002.
Endereços: Rua Pereira Pinto, 6 (15) (10). Vitória, ES. 1897/1900.
Rua d'Alfandega, 3. Vitória, ES. 1901.
Fontes: Commercio do Espirito Santo.
Estado do Espirito Santo.


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