Nasceu em Santa Leopoldina (ES), a 6 de abril de 1896. Faleceu no Rio de Janeiro, onde se encontrava em tratamento de saúde, sendo o corpo trasladado para Vitória, a 6 de setembro de 1952.
Cursou a Escola Normal, em Vitória. Mais tarde, formou-se também em Direito.
Em 1917, foi designado pelo Ministro da Agricultura Indústria e Comércio para o cargo de professor adjunto do Curso de Desenho da então Escola de Aprendizes Artífices, atual Escola Técnica Federal do Espírito Santo. Exonerou-se do cargo em 1928, para ingressar no quadro de funcionários estaduais, como Inspetor Escolar da Secretaria de Educação. Sensível amante das artes plásticas, desde o tempo em que atuou como professor de desenho, foi gradativamente se interessando também por outras linguagens artísticas. Aprendeu a fotografar e a lidar com os processos para revelação e reprodução de imagens ainda na infância. Dedicou-se principalmente a captar paisagens.
Como fotógrafo, no início da década de 1930, passou a colaborar com a revista Vida Capichaba, para a qual enviava belas vistas da baía de Vitória e do pôr-do-sol, que registrou em todos os cantos da cidade. O conhecimento fotográfico facilitou a sua nomeação, em 1936, para o cargo de Diretor Técnico do Serviço de Educação, Rádio e Cinema Escolares, pelo interventor federal João Punaro Bley. O Serviço, que funcionava no prédio da antiga Faculdade de Farmácia, era ligado diretamente ao Secretário de Educação. Criado em 1929, pela reforma escolar da Escola Ativa proposta por Attilio Vivacqua, ele colocava o Espírito Santo como o primeiro estado a adotar o cinema escolar. Esse serviço possuía quatro departamentos: o de fotografia, o de cinema, o de rádio e o de aulas didáticas. Através deles, propunha-se que os ensinamentos dos professores fossem acompanhados de filmes e da audição de programas radiofônicos, fatores que visavam a tomar mais estimulante e eficaz o aprendizado dos alunos
Adotado no Rio Grande do Sul desde 1933, o serviço de cinema educativo foi montado pelo governo alemão, nas escolas teuto-brasileiras, através de um equipamento que contou com cerca de vinte aparelhos de projeção e geradores de eletricidade:
O patrocínio governamental vinha através da Representação do Serviço de Ferrovias do Império Alemão no Brasil, numa parceria com a iniciativa privada da época (Zeiss, Agfa, Siemens). Esse serviço educativo foi organizado na Associação Nacional dos Professores Teuto-Brasileiros (LDL) e era denominado Serviço Teuto-Brasileiro de Filmes Culturais ou DKD (Deutsch-Brasilianicher Kultur-filmdienstbeim LDL). O trabalho de divulgação de filmes educativos tinha como objetivo, de acordo com o programa de expansão da ideologia nacional socialista para as colônias germânicas espalhadas pelos cinco continentes, manter a tradição teuta entre os colonos disseminados por todos os continentes, relatar as conquistas politicas, sociais e educacionais obtidas pelo nazismo na Terra Mãe e divulgar a vida dos colonos teuto-brasileiros na Alemanha, por meio de filmes documentários rodados no Brasil estabelecendo assim uma religação entre os emigrados e a pátria de origem.
Tal projeto, que encontrava na imagem seu mais valioso recurso didático, teve ampla repercussão nacional como experiência didática bem-sucedida, por ampliar, difundir e estimular novos processos educativos. Embora voltado para um fim específico, esse método de ensino foi considerado muito eficiente no Espírito Santo, onde foi instalado antes mesmo de ser adotado em São Paulo. Segundo informações fornecidas por familiares de Malisek, a Secretaria da Educação desse último estado chegou a enviar técnicos ao Espírito Santo, para acompanhar o funcionamento do programa, implantando-se lá o modelo capixaba.
Mas foi como Diretor Técnico daquele Serviço de Cinema Escolar que Malisek teve oportunidade de aplicar seus conhecimentos sobre cinema e fotografia, registrando eventos, fazendo documentários fotográficos, ministrando e organizando cursos de fotografia.
Aperfeiçoou esses conhecimentos fotográficos participando dos cursos ministrados pelo Foto Clube do Espírito Santo, trocando experiências com os fotoc1ubistas, de cuja entidade artística foi um dos sócios fundadores, em 1946.
Dedicou toda a sua vida à causa da educação, empenhado em tornar a aprendizagem mais agradável e mais eficiente, através da arte, o que o coloca como um educador à frente de seu tempo.
Em sinal de reconhecimento aos relevantes serviços prestados à causa educacional, o Governo do Estado deu o nome de Luís Edmundo Malisek a uma escola de Vila Velha e a uma rua da Praia do Canto, em Vitória.
Foi casado com a professora Stella Eleonora Busato Malisek, descendente de tradicional família italiana e deixou três filhas: Stelma Lúcia Malisek Rodrigues (odontóloga), Vera Nancy Malisek Scherth (assistente social) e Maria Stella Malisek Risso (assistente social).
Nota: (1) Olga Rodrigues de M. von Simson, “Imagem e memória”, in Etieene Samain (org.). O Fotográfico, 1998, p.29. A autora informa ainda que, em 1936, o Serviço de Filmes da Associação Nacional dos Professores Teuto Brasileiros mantinha onze unidades no Rio Grande do Sul, três em Santa Catarina, duas em São Paulo, uma na Bahia e uma no Espírito Santo.
Referência: LOPES, Almerinda da Silva. Memória aprisionada: a visualidade fotográfica capixaba, 1850/1950. [Vitória, ES?]: EDUFES, 2002
Fonte: Depoimento escrito de Stelma Lúcia Malisek fornecido a autora. Jornal E.T.V., set/out 1952, p.4.
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