segunda-feira, 28 de maio de 2018

ERICO HAUSCHILD

Nasceu em Porto Alegre (Rio Grande do Sul), a 2 de junho de 1917. Filho de imigrantes alemães, sendo o pai artesão e a mãe exímia pianista. Estes incutiram no jovem o gosto pela arte, de modo especial pela música clássica.
No início da década de 30, transfere-se com a família para Vitória, passando a trabalhar na Bolsa Oficial de exportação de café, cargo que exerceu durante cerca de dois anos. Ingressa na empresa americana Hard, Rand & Co., também no ramo de exportação de café, aí permanecendo até 1941.
Título: Silente.
Autor: Érico Hauschild.
Data: s/d.
Dimensões; 30 x 40 cm.
Acervo: Foto Clube do Espírito Santo. 
Casa-se em Vitória, em 1944. Alguns meses depois, compra sua primeira câmara fotográfica e passa a ter contato com outros amadores no "Empório Capichaba", recebendo orientação, sobre a arte da fotografia, do italiano Ugo Musso. Começa aí sua paixão pelas imagens, a qual transformaria não só em forma de expressão, mas também em atividade profissional, fazendo serviços particulares e para o governo local. Interessa-se especialmente pelos processos de composição, pelos efeitos de claro-escuro e aprende a revelar os filmes, desenvolvendo até mesmo misturas químicas próprias para os banhos de revelador e fixador das imagens que produzia.  
Em 1946, torna-se sócio fundador do Foto Clube do Espírito Santo, sendo nomeado seu primeiro presidente. Em 1949, é eleito para ocupar o cargo de secretário da mesma entidade artística. Tal participação possibilitou-lhe o contato com os membros e a produção de outros fotoclubistas brasileiros - em especial com os do Foto Clube Bandeirantes de São Paulo, considerado então o mais importante congênere do país - além de lhe dar condições e estímulo para participar de salões fotográficos locais, nacionais e estrangeiros. Expôs em salões na Alemanha, Áustria, França, Itália, Tchecoslováquia, até 1976.
Voltou a trabalhar com exportação de café, em Vitória, em 1958. A partir de 1970, passou a dedicar-se inteiramente à fotografia.
Revelou sempre predileção pelas paisagens e marinhas capixabas, obtendo efeitos singulares de luz e sombra, explorando também os reflexos e os sugestivos efeitos de transparência da água e da atmosfera. Mas produziu também outros gêneros de ícones fotográficos.
Em 1977, mudou-se para São Mateus, no norte do Estado, onde abriu um estúdio fotográfico, o qual mantém em funcionamento até hoje. Passa a prestar paralelamente serviços para a prefeitura daquele município.
Perseverante e devotado à arte fotográfica, continua a exercer a profissão de fotógrafo, subindo e descendo ladeiras com a câmara a tiracolo, sempre atento e esperançoso por encontrar uma cena interessante ou evento social para obter uma boa imagem.
Referência: LOPES, Almerinda da Silva. Memória aprisionada: a visualidade fotográfica capixaba, 1850/1950. [Vitória, ES?]: EDUFES, 2002.
Fonte: Depoimento à autora, em São Mateus, no dia 17 de outubro de 1997.


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