Nasceu em Portugal, a 15 de abril de 1853. Faleceu no Rio de Janeiro, em data ignorada.
Chegou à Capital Imperial no início da década de 1870, empregando-se como aprendiz e depois como fotógrafo de uma das mais conceituadas casas do gênero no país, a Photographia Imperial, cujo proprietário era também o português Joaquim Insley Pacheco. Esse empreendimentobfotográfo funcionou na Rua do Ouvidor, 102/40, no período de 1856 a 1890.
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Anônimo. Autor: Joaquim Ayres.
Photografia, Victoria (carimbo).
Data: Cerca de 1882. Dimensões:
9x5,4 cm; 10,5x6,5 cm (suporte).
Acervo: Museu do Colono,
Santa Leopoldina.
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Photographia Artística Victoriense - Joaquim Manoel Martins Ayres, ex empregado da Casa lnsley Pacheco - Photographia Imperial, à Rua do Ouvidor no. 102, continua oferecendo seus préstimos artísticos ao público desta capital, de quem tem sido generosamente favorecido, garantindo aperfeiçoamento de seus trabalhos, bem como faz todos os sistemas de retratos até hoje conhecidos pelo raio solar. Também se encarrega de tirar cópias de retratos antigos, de vistas e retratos fora de seu atelier. A perfeição de seus retratos pode ser vista no salão do Hotel d'Europe, onde tem a exposição ou no seu atelier à rua Duque de Caxias, 55, cm frente à estação telegráfica.
O estabelecimento está presentemente montado a capricho, como qualquer um dos da Corte, gozando assim de todas as comodidades que requer a arte. Previno aos nossos fregueses que o estabelecimento de minha photographia nesta Capital é permanente, deixando apenas de funcionar em ocasiões em que o proprietário tenha de fazer digressões pelo interior. No fim do mês de agosto retiro-me por algum tempo para S. Matheus, onde farei alguns clichês.(1)
Embora o fotógrafo Ayres se apresente como ex-empregado da Fotografia Imperial, de Insley Pacheco, o prestígio de que desfrutava o artista era credencial e sinônimo de competência e garantia de bons trabalhos também por parte de seus aprendizes. Em alguns anúncios datados de 1882, passaria a apresentar-se como Joaquim Ayres - Photographo da Casa Imperial. Não existe nas publicações dos estudiosos do assunto, menção a que tenha sido agraciado com a honraria pelo Imperador. No entanto, localizamos fotografias, como Vista geral do aldeamento do Mutum; Barra do Mutum; índios botocudos (2), Ponta da Ilha do Mutum; Cascata do Rio Santa Maria; Porto de Cachoeiro de Santa Leopoldina; Cidade de Vitória; Vista da cidade de Vitória; Barra do Porto das Lanchas; Bairro da Capichaba, elaboradas por Joaquim Ayres, na Coleção da Imperatriz Thereza Christina, já citada, o que nos leva a acreditar que o fotógrafo tinha algum prestígio junto ao casal imperial. Entretanto, o título "Photographo da Casa Imperial" não é mencionado nesses ícones. Alguns são identificados com um carimbo no verso do suporte de papelão, com os dizeres:
Joaquim Ayres - Photographo da Província do Espírito Santo.
Outras fotografias, porém, são assinadas a tinta: J. Ayres: Phot. ou simplesmente Ayres/phot.(3), o que, por si só, talvez nos autorize a afirmar que a distinção "Photographo da Casa Imperial" era apenas mais um atributo publicitário, ao qual recorria o português para promover o seu estabelecimento. No entanto, a dúvida permanece, uma vez que em alguns retratos elaborados por Ayres, até a década de 1880, o símbolo da Coroa Portuguesa era impresso no dorso do papelão-suporte, junto ao nome do gabinete, seguido da distinção: Photographo da Casa Imperial.
Esse conjunto iconográfico já seria suficiente para atestar que, nesse período, além dos retratos de estúdio e de vistas e panorâmicas da baía de Vitória, atua também como ambulante, deslocando-se por todo o Espírito Santo para atender chamados e para registrar paisagens naturais e arquitetônicas. Expõe depois esses trabalhos num salão do Hotel d'Europe. Entre as imagens comercializadas nessas mostras, a imprensa da época cita:
vistas e panorâmicas de Vitória, Capela de Nossa Senhora do Rosário, Convento de São Francisco, Jardim Público, Rua do Comércio, vapor Alice, Convento da Penha, vistas da Vila do Espírito Santo, de Benevente e de São Mateus(4). Entusiasmado com uma vista do Convento da Penha, o jornalista de O Espírito Santense assim descreve esse trabalho, no mesmo ano em que o fotógrafo instala o seu estúdio:
Pelo Sr.JoaquimAyres foi-nos ofertada uma photographia representando o monte e Convento da Penha(...).Aquele monumento colossal que há excitado a musa dos poetas, a descripção plastica do artista, o entusiasmo do pensador foi optimamente photographado de um ponto soberbo e no melhor golpe de vista foi tudo apanhado pelo foco da lente photographica. O monte e o convento ficarão em um anfiteatro circundado de casas, vendo-se o portão de entrada e banhando em semi-circulo o mar a cuspir spuma nas encostas. O claro-escuro ficou bem descriminado pela mata do monte e pela ermida e convento, cujo panorama é devido a arte e ao genio da concepção.(5)
Nas propagandas do seu estabelecimento, informa que utiliza todos os processos conhecidos, além de algumas de suas especialidades:
Photographia: O abaixo assinado declara ao público que tem seu estabelecimento photographico bem contado para fazer qualquer trabalho concernente à arte photographica. Tira retratos por todos os sistemas modernos. Encarrega-se de cópias, broches, medalhas, etc. Presta-se a photographar pessoas falecidas em casas particulares, bem corno encarrega-se de ensinar qualquer pessoas que quiser aprender a arte que professa. Joaquim Ayres.(6)
Em 1879,Joaquim Ayres casa-se, no Rio de Janeiro, com Mariquinha Ayres, passando o casal a viver em Vitória Dessa união nasceram quatro filhos.(7)
As imagens fotográficas produzidas por Joaquim Ayres são comercializadas em várias lojas, a partir de 1881, em especial na casa do português Manoel Antunes de Andrade Gomes, especializada na venda de quadros e objetos de funilaria e lampista.
Naquele ano, põe à venda uma série de vistas da Vila do Espírito Santo (hoje Vila Velha) e da então colônia de Santa Leopoldina'.(8)
No ano seguinte, o fotógrafo anuncia a abertura de um novo ateliê, na Rua Conselheiro Costa Pereira. Poucos meses depois, empreende verdadeira excursão fotográfica pelos municípios de Benevente e ltapemirim, para onde segue inclusive com seus familiares. Ainda no mesmo ano, Ayres elabora um quadro com os retratos de todos os membros da Assembléia Legislativa provincial.(9) Recebe nova encomenda do governo local, agora para elaborar um álbum contendo dezoito fotografias de índios botocudos e dezoito paisagens do Rio Doce, destinado à Exposição Antropológica, a realizar-se, em 1882, no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Concluído o álbum, o fotógrafo, que havia elaborado um conjunto de imagens muito maior do que o que constava da encomenda, põe à venda essas fotografias excedentes.(10)
Em 1883, Joaquim Ayres viaja outra vez com a família pelo sul do Estado, realizando retratos e vistas, comunicando pela imprensa que ali permaneceria cerca de seis meses, demorando se mais em Benevente, Cachoeiro de Itapemirim e ltapemirim. Desloca-se também até Campos, no Estado do Rio de Janeiro, para atender a inúmeras encomendas, quando anuncia que se estabeleceria naquela cidade, o que faz com que o tempo de ausência do estúdio de Vitória passe de um ano, uma vez que só retorna em maio de 1884 (11). 0 Nessa época, as fotografias, elaboradas em papel albuminado, eram montadas sobre um suporte de papelão, no dorso do qual eram impressos, em caracteres itálicos ou góticos, o nome do gabinete e outras informações, a título de reclame. É o que revelam, por exemplo, alguns retratos existentes num álbum que pertenceu à família de Rubem e Nilton Braga, em Cachoeiro de ltapemirim:
Joaquim Ayres
Gabinete photografico
(símbolo da Coroa Portuguesa)
de Joaquim Ayres
Retratista da Casa Imperial Província do Espírito Santo
Victória conserva-se a chapa para reprodução por um anno.
No mesmo ano, engaja-se nas campanhas contra a escravatura, contribuindo com 3% de sua receita para os cofres da sociedade Domingos Martins Libertadora, criada em Vitória com tal objetivo.(12) A esse respeito lê-se numa pequena nota publicitária do ateliê de Ayres:
A guerra à escravidão é tal que jamais poderá resistir aos golpes da liberdade, por toda a parte se extermina o cativeiro, mas a machina photographica de Ayres, por mais que a tiroteiem, nunca se exterminará.(13)
Com o mesmo objetivo, participa, em 1887, da fundação elo Clube Republicanos, em Cachoeiro de Itapemirim.
Em outubro de 1884, passa uma temporada fazendo retratos em São Mateus e Barraa de São Mateus.(14) No ano seguinte, trabalha durante algum tempo na Serra, em Santa Cruz e em Riacho.(15)
Naquele mesmo ano, transfere o ateliê para a Rua Duque de Caxias, 27. Em 1886, nova mudança, agora para o largo João Clímaco, 6, ano em que elabora novo álbum fotográfico para a Primeira Exposição da Indústria, também denominada Exposição Provincial, realizada em Vitória, na sede do governo, organizada pela Inspetoria de Terras e Colonização(16). Essa mostra se propunha a ser uma espécie de prévia para a Exposição de Berlim. A encomenda partiu do Ministério da Agricultura e do Centro da Lavoura e Comércio. O álbum é enviado depois para a citada exposição européia, em outubro do mesmo ano.(17)
Idealizador e muito atuante, Joaquim Ayres foi também um homem polêmico. Certamente pela sua constante atividade e envergadura profissional foi alvo de ataque, causados por invejosos, que lhe provocaram vários dissabores. Mas não perdoava os seus detratores, envolvendo-se muitas vezes em intrigas, tentando defender os seus interesses e a sua reputação, através de notas que publicava na imprensa:
Os anônimos, não tendo a precisa coragem para atacarem de frente procuram uma mscara qualquer como o 'Vergalho' ou a 'Vítima da Serra', para ocultarem a vergonha e a covardia.
Os anônimos detratores da reputação alheia, os miseráveis ocultos nas trevas, sem probidade nem estímulos de sorte alguma a zelar, fazem 'pendant' como os salteadores de emboscada que, à força, querem arrancar a bolsa ou a vida (...). São verdadeiros cancros sociais. A familia, a pátria, a honra, o louvor, todo, para os anónimos é uma mentira.
Em abono de minha reputação artística e sustentáculo de meu crédito, tenho títulos que muito me recomendam, além disso tenho dois anos e tanto de empregado do Sr. Insley Pacheco, o photographo mais distinto do Rio de Janeiro, que lhe merecia toda a confiança no seu importante estabelecimento à rua do Ouvidor no. 102.
Tenho mais. Todos os pontos desta província, onde tenho trabalhado, e que, cada um per si, são legítimos atestados, em meu favor, da confiança que lhes tenho merecido.
Tenho família e um nome a zelar e não serei eu que farei aos outros (muito bem de propósito) o que não desejaria que fizessem a mim (...).
A sociedade a quem devemos todo o respeito, é a quem me dirijo, bem como aos chefes de família como eu.
Nunca na minha vida fiz uma desfeita a quem quer que seja, com photographias críticas ou alegóricas; detesto esses manejos infames e covardes e desde já desafio a qualquer provar-me o contrário.
Cão Leproso, que diz que tenho por costume vulgarizar photographias de filhas de família, é um caluniador, infame e audaz, e sua baba peçonhenta jamais me tocará.
Eu não ponho em dúvida que possa escapar às minhas vistas (a que todos estamos sujeitos) qualquer fraqueza ou descuido, posto que não sou só na oficina; mas nestas condições sempre fui pronto em dar providências ao primeiro reclame. Declaro que nunca trabalhei na
cidade da Serra, assim como nada devo a pessoa alguma naquela cidade.(18)
Outros episódios envolvendo o fotógrafo já foram mencionados neste trabalho. Isso, no entanto, não o desencorajava nem o impedia de continuar atuando em várias frentes. Assim, ainda em 1886, lidera em Vitória a formação de uma sociedade, denominada União dos Artistas(19), para a qual é eleito presidente interino pelos 39 sócios inscritos. Formada por poetas, músicos, atores de teatro, historiadores, entre outros, essa sociedade tinha por objetivo ''lutar pelos interesses dos associados e anualmente promover uma pequena exposição dos trabalhos de seus membros". Entretanto, pouco depois de fundada, a. sociedade era dissolvida, antes mesmo que o estatuto tivesse sido aprovado, por divergências, mais uma vez, com alguns companheiros:
(...) A desconsideração com que me tentaram tratar, eu a percebi, e, portanto, em ato contínuo consultei a minha consciência, o que deveria fazer: quebrar os laços da sociedade de que fui Presidente interino, com as seguintes resoluções: não aceitar o cargo para que fui eleito, e denútir-me de sócio, não empossar a nova diretoria, e os mais papeis tendentes à sociedade, finalmente, tornar-me solidário com os solidários com os companheiros de minha resolução.(20)
O teor da declaração deixa transparecer um misto de aborrecimento e decepção com os colegas e parece ter pesado na decisão do fotógrafo de transferir o seu estúdio para Cachoeiro de Itapemirim, pouco depois do episódio. Inicialmente a oficina fotográfica é instalada na casa comercial de Machado & Gama, na rua 25 de Março, onde fazia "vistas, reproduções e todo o gênero de trabalho".(21) Nesse mesmo ano de 1887 - quando se difunde em todo o Brasil o gosto pela fotopintura - de passagem por Cachoeiro de Itapemirim, o artista Carlos Scheler atua no ateliê de Joaquim Ayres, realizando retratos a crayon.(22)
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Bernardo Horta de Araújo e um de seus
filhos. Autor: Joaquim Ayres.
Data: cerca de 1901.
Dimensões: 9,3x5,5 cm; 10,5x6,4 cm
(suporte).
Acervo: Museu Solar Monjardim.
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Em 1891, Joaquim Ayres envia ao governo estadual um projeto para realizar "melhoramentos na cidade de Cachoeiro de Itapemirim", no qual contaria com a colaboração de Genésio de Barros, engenheiro-chefe da Estrada de Ferro de ''Benevente a Minas". O projeto incluía "o calçamento das ruas, construção de um caes em todo o perímetro da cidade, bem como de um prédio destinado a um hospital".(26)
No ano seguinte, depois de vender o hotel, volta a se dedicar com exclusividade à fotografia, quando amplia, remodela e atualiza o seu gabinete.(27) Embora a fotografia fosse sempre a sua verdadeira vocação e o seu principal meio de sobrevivência, no final do século XIX, esta parece já não lhe permitir auferir grandes lucros, o que o obriga a dedicar-se a outras atividades comerciais. Assim, em 1 895, abraça outro ramo empresarial, tornando-se agente da Companhia de Navegação Italiana La Veloce, para cuja nomeação esteve pessoalmente em Gênova, na Itália.(28)
Foi um dos fundadores da Loja Maçônica Fraternidade e Luz, conforme consta da ata assinada em 6 de setembro de 1898. No entanto, desde 1880, atuou como membro da Loja Maçônica União e Progresso, em Vitória, segundo Christiano Fraga. Toma-se também um dos membros fundadores da Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim, em 11 de fevereiro de 1900. Poucos meses depois, era nomeado suplente do delegado de policia do mesmo município, em substituição a Raphael di Martino.(29) Ainda nesse mesmo ano, instala naquela cidade um armazém destinado ao comércio e exportação de café.
Em 1902, volta a viver no Rio de Janeiro, cidade à qual se manteve sempre ligado, a contar pelas constantes viagens que para lá empreendeu, em companhia da família, durante todos os anos que aqui viveu e trabalhou, conforme registra a imprensa da época. Ali já viviam também seus filhos e netos.
Como fotógrafo, Joaquim Ayres utilizava todos os procedimentos técnicos conhecidos no seu tempo. Chegou mesmo a ser o precursor de alguns deles, a exemplo do uso das chapas secas de gelatina-bromuro de prata, também chamadas de "instântaneos".
Referência: LOPES, Almerinda da Silva. Memória aprisionada: a visualidade fotográfica capixaba, 1850/1950. [Vitória, ES?]: EDUFES, 2002.
Notas: (1) O Espírito Santense, 3 ago. 1878, p.4. Joaquim Insley Pacheco, pintor e fotógrafo português, chegou ao Rio de Janeiro em 1854. Embora captasse também vistas e paisagens, foram os retratos que o consagraram. Tornou-se um dos mais conceituados retratistas, usando os processos do ambrótipo e da platinotipia. Foi um dos preferidos e protegidos da família imperial (a ponto de receber os títulos de fotógrafo da Casa Imperial e Cavaleiro da Ordem de Cristo de Portugal, honrarias que lhe foram concedidas por D. Pedro lI, cm 1855 e 1857) e um dos mais dedicados e competentes fotógrafos que atuaram em todo o Brasil. Teve contato e, segundo alguns historiadores, também foi discípulo ele Frederick Walter, no Ceará, fotógrafo que ali introduziu o daguerreótipo. Aprimorou-se depois cm Nova York, com Gurney e Mathew Brady, fotógrafo da Guerra de Secessão, nos Estados Unidos. Ao retornar, lnsley Pacheco passa a circular pelo nordeste do país, antes ele voltar a se instalar definitivamente no Rio de Janeiro, cidade onde atuou até 1890. Desfrutou sempre de grande prestígio e tornou-se muito solicitado, especialmente para realizar fotopinturas, gênero que consistia em pintar a óleo, aquarela ou guache um retrato fotográfico, ampliado nas dimensões, desejadas pelo encomendário. Participou de várias exposições nacionais e internacionais, obtendo com seus trabalhos vários prêmios. Faleceu em 1912, segundo os estudiosos Pedro Vasquez e Gilberto Ferrez.
(2) Os índios foram retratados individualmente e em grupo. Uma das fotografias em que os nativos estão agrupados é idêntica a outra elaborada por A. R. Dietze, o que leva a supor que tivessem ido juntos para fotografar os índios e ambos usassem a mesma organização grupal ou a mesma pose para baterem as suas chapas. Isso permite concluir que ambos se conheciam e até atuaram juntos na mesma localidade. Localizamos também várias fotografias de autoria de Joaquim Ayres no acervo do Instituto Histórico e Geográfico Nacional, infelizmente bastante deterioradas pelo tempo. Um conjunto de retratos de membros da família Monjardim pertence ao acervo do Museu Solar Monjardim, em Vitória.
(3) Esse conjunto de 13 fotografias em papel albuminado, tem as respectivas cópias montadas sobre um suporte de papelão. As imagens possuem o formato retangular ou oval e algumas delas estão também em estado de conservação bastante ruim. Elaboradas em p x b, medem cerca de- 21x29cm a 29x23 cm - Cartão suporte: 33x49 cm e 49 x 34cm. Carimbo (tinta) do fotógrafo no verso do cartão: Joaquim Ayres Photographo da Província do Espírito Santo. Papel fotográfico com cantos arredondados (maioria das fotos), algumas possuem arredondamento somente nos cantos inferiores. Legenda manuscrita a tinta no cartão-suporte. Resumo: Casario, bairros, capichaba, Porto das Lanchas, baía, relevo, cascata, Rio Santa Maria, trechos Rio Doce, Ponta da Ilha do Mutum, Barra do Rio Mutum, aldeamento e residência às margens do mesmo rio, pessoas em pequena embarcação, vista parcial do Porto de Cachoeiro de Santa Leopoldina (atual Santa Leopoldina), casario, relevo, trecho do Rio Santa Maria (estado ruim, bastante esmaecidas). Menos estragadas: Província do ES- Rio Doce (Casa do Diretor e Cruzeiro), 1882, Cascata do Rio Santa Maria, Porto de Cachoeiro de Santa Leopoldina, Vista da cidade de Vitória - Porto das Lanchas, Vitória - Bairro da Capichaba. Título Selvagens botocudos - 2 fotos (carimbo fotógrafo: Joaquim Ayres Photographo Província do Espírito Santo). Cartão Cabinet, papel albuminado 8x9 cm e 6x 6 cm, cartão suporte 17x11 cm.
(4) O Espírito Santense, 09 out.1878, p.3; 31 maio 1879, p.1; O Sete de Setembro, 10 nov. 1878, p.2; Província do Espírito Santo, 03 março, 1883, p.3; O Cachoeirano, 18 março, 1883, p.3.
(5) “Quadro Photografico”, O Espirito Santense, 20 nov. 1878, p.2.
(6) “Photografia”, Id., 01 out. 1879, p.4.
(7) Uma das filhas de Joaquim Ayres, Angelina Ayres (1883-1905), casou-se, em 1898, com o farmacêutico abolicionista e defensor da causa republicana, depois político, Bernardo Horta de Araújo (1862-1913), Cfr. Antonio Marins. Minha terra, meu município, 1920.
(8) “Vistas”, O Espírito Santense, 17 dez. 1881, p.4.
(9) A Província do Espírito Santo, 30 maio 1882, p.4.
(10) O Espírito Santense, 17 set. 1882, p.3. A série de fotografias que fez parte do álbum elaborado para a Exposição Antropológica pertencente ao Museu Solar Monjardim, em Vitória.
(11) A Província do Espírito Santo, 8 a 31 jan. 1883, p.4; 05 e 06 jun. 1883, p.3; 06 jul. 1883, p.3; O Cachoeirano, 15 jul. 1883, p.4; 22 jul. 1883, p.4.
(12) Id. Ib. 21 e 24 de maio 1883, p.3.
(13) Id. 27 jun. 1883, p.3.
(14) A Província do Espírito Santo, 14 out, 1884, p.4; O Espírito Santense, 12 out. 1884. P.4.
(15) Id. lb., 14 ago. 1885, p. 4.
(16) Id. , 6 ago. 1886, p.1.
(17) O Espírito Santense, 21 jul. 1886, p. 2 e 3; Relatório do Presidente da Província, Desembargador Antonio Joaquim Rodrigues. Victoria, O Espírito Santense, 1886.
(18) "Publicação a pedido - O Photogapho Joaquim Ayres, ao público", A Província do Espírito Santo, 06 fev. 1884, p.4.
(19) A União dos Artistas, propunha-se a substituir uma congênere fundada em 1883, dirigida por Manoel Antunes de Andrade Gomes, seu presidente (comerciante e artesão) e Luiz Borges da Victória - secretário, denominada Independência dos Artistas. Embora a imprensa da época não esclareça os motivos pelos quais Joaquim Ayres preferiu fundar uma sociedade análoga e não apoiar a existente, a atitude parece envolver divergências ideológicas e vaidades pessoais.
(20) “Última palavra: União dos Artistas", O Espirito Santense, 13 set. 1886, p.4. Assinava a declaração Joaquim Ayres e abaixo um adendo: "concordamos com a deliberação do sócio acima", seguido dos seguintes nomes: Bazilio Carvalho Daemon, Luiz de Barcellos Freire, Grijó Júnior, José Ferreira Lopes, Manoel Gomes da Penha Braga, Jacintho Cordeiro, Cornélio Vieira, Eduardo Ferreira da Silva, Alexandre P. Ribeiro, Theopezio de Oliveira, Durando Antonio, lgnacio T. Pessoa, Manoel Correia de Jesus, Manoel Joaquim de S. Guimarãess, José Justiniano do Nascimento, Alberto Rosenberg, Felício de Couto Reinauld, Nicolau Eduardo Reinald, João de Assis Peixoto, Manoel Parada da Fonseca, Arthur Alves da Rocha Paranhos e Maximo Pereira da Silva.
(21) O Cachoeirano, 09 jan. 1887, p. 2 e 4.
(22) "Carlos Scheler", O Constitucional, 24 de julho de 1887, p. 4.
(23) Id. ib., 1 maio 1887, p.4.
(24) Id., 2 e 11 set. 1887, p.2; 02 fev. 1890. Segundo O Constitucional, Cachoeiro de Itapemirirn, 07 jul. 1889, p.4, em virtude das inúmeras viagens por diferentes regiões do Estado para fotografar, onde se demora às vezes várias semanas, Ayres decide arrendar o Hotel do Comércio, restaurante e bilhar, em 1889, ao comerciante local José Migueis.
(25) Id., 12 jun. 1887, p.2.
(26) Id., 09 ago. 1891, p. 2.
(27) Id., 22 maio 1892, p.1.
(28) Id., 14 jul. e 04 dez. 1895, p.1. La Veloce Navigazione Italiana era proprietária dos seguintes navios: Nord América, Duchessa de Genova, Montevideo, Duce di Galliena, Victória, Matteo Bruzzo, Sud América, Rio de Janeiro, Cittá de Genova, Rozario de las Palmas. A companhia cuidava também da vinda de famílias européias para os trabalhos agrícolas, por conta de terceiros. Atendia todas as cidades da ltália, Suiça e Áustria, segundo informava O Cachoeirano.
(29) O Estado do Espírito Santo, 1 março 1900, p. 2.
Fontes: A Província do Espírito Santo, Vitória, 1882-1889.
Depoimento do Sr. Nelson Silva à autora (LOPES, Almerinda da Silva. Memória aprisionada: a visualidade fotográfica capixaba, 1850/1950. [Vitória, ES?]: EDUFES, 2002), em Cachoeiro de Itapemirim, 26 abrilde 1999.
Informações do Sr. Dário Vianna, à autora (LOPES, Almerinda da Silva. Memória aprisionada: a visualidade fotográfica capixaba, 1850/1950. [Vitória, ES?]: EDUFES, 2002), através de contato telefônico, em 22 junho de 1999.
O Cachoeirano, Cachoeiro de Itapemirim, 1887-1903.
Setor de Iconografia da Biblioteca Nacional do Rio deJaneiro.
MARINS, Antonio. Minha Terra, meu município, 1920.
O Constitucional, Cachoeiro de Itapemirim, 1887-1889.
O Espírito Santense, Vitória, 1870-1888.
O Sete de Setembro, Vitória, 1878.
Relatório do Presidente da Província, 1886.
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