domingo, 27 de maio de 2018

SEBASTIÃO REIS

Nasceu no Rio de Janeiro, em 18 de junho de 1888. Faleceu em Magé, no Estado do Rio de Janeiro, em 1971. Era filho de Manuel Bernardes da Silva Reis e Francisca Farias Reis.
Nos anos 20, abriu uma oficina fotográfica em Cachoeiro de Itapemirim, denominada Foto Brasil. ltinerava por fazendas, povoados e municípios do sul do Espírito Santo, detendo-se mais tempo para fazer retratos, especialmente de imigrantes em Castelo, Muqui, Mimoso do Sul. Registrava batizados casamentos, festas religiosaS. ltinerava por fazendas, vilas e vistas das localidades por onde passava, que lhe chamassem a atenção. Durante os longos períodos de ausência, os trabalhos do estúdio ficavam a cargo da esposa, Isaura Reis, que se desdobrava para poder revelar uma quantidade imensa de filmes que o marido lhe enviava, e para processar os retratos. Nascida em 25 de março de 1894, filha de Avelino José da Silva e Amélia da Silva Grijó, de origem portuguesa, Isaura conhecia todos os segredos da arte fotográfica uma vez que havia trabalhado como fotógrafa em Muqui.
Como a sua oficina não dispunha de ampliador, Sebastião, para atender a encomendas de retratos de grandes dimensões, levava-os para ampliar num estúdio de Niterói, no Rio de Janeiro. Depois, colocava-lhes uma moldura ornamentada, redonda ou oval, o que valorizava e sofisticava o produto, bem ao gosto dos fazendeiros ricos.
Publicou alguns anúncios publicitários no jornal Progresso, em Cachoeiro de Itapemirim em 1925:
Sebastião Reis - Protographo "executa qualquer trabalho. Ampliações, reproduções e junções. Vai a domicílio".

Ensinou a profissão aos filhos (Nair, Naim, Isaura, Amélia, Adélia, Edinalva, Olívio e Lívia), os quais, ainda crianças, passam a ajudar os pais nas tarefas diárias na oficina fotográfica. Ensinou também a profissão a diversos jovens cachoeiranos, que trabalharam como seus auxiliares, entre eles Guilherme Peçanha, que viria a se profissionalizar, abrindo um empreendimento fotográfico naquele município, nos ano 1940. Com a transferência para Magé, onde abriu um novo estúdio na década de 1930 é a filha mais velha, Nair Reis, que assume o empreendimento de Cachoeiro de Itapemirim, ajudada pelo irmão Naim Reis. Este tornou-se exímio e apreciado retocador de retrato Alguns anos depois, com a transferência de Nair para o Rio de Janeiro, onde se estabeleceu profissionalmente no mesmo ramo, e depois que o irmão abriu em Cachoeiro de Itapemirim o seu Foto Americana Naim, o Foto Brasil é transferido a outras duas filhas: Isaura e Amélia. Após o seu casamento, nos anos 1930, Isaura Reis Tâmara muda-se para Muqui, onde abre um ateliê próprio. Depois que os demais irmãos abrem seus próprios empreendimentos, Amélia continua sozinha no Foto Brasil (em Cachoeiro de Itapemirim), o qual transfere, na década de 1960, ao filho Romário.
No final da década de 1930, Sebastião mudou-se para Magé, no Estado do Rio de Janeiro, onde passou a trabalhar no estúdio que ali inaugurou. Continuou, no entanto a deslocar-se por toda a região, especialmente por Rio Bonito, Andorinhas, Santo Aleixo, Guapi, Guapimim, Raiz da Serra, até idade bem avançada, uma vez que fez da fotografia não apenas sua fonte de sobrevivência material, mas também seu alento físico e espiritual e sua vocação.
Referência: LOPES, Almerinda da Silva. Memória aprisionada: a visualidade fotográfica capixaba, 1850/1950. [Vitória, ES?]: EDUFES, 2002.
Fontes: Depoimento escrito, enviado à autora por Romário Reis Vianna. Depoimento de Estelina Reis Lopes à autora, em 28.07.99.

Progresso, Cachoeiro de Itapemirim, 1925.


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