Erwin Carl Wolfgang Kerckhoff nasceu em Charlottenburg, província
de Berlim (Alemanha), em 10 de setembro de 1886. Faleceu em 22 de julho de
1972, em Santa Maria de Jetibá. Primogênito de Max Kerckhoff (falecido em 1920)
e Tereza Augusta Weitz, era originário de uma das mais tradicionais e antigas famílias
da cidade de Weisel (importante cidade portuária às margens do rio Reno, no
norte da Alemanha, próximo à divisa com a Holanda, a qual foi quase que
inteiramente destruída durante a Segunda Guerra). Em Weisel e depois em Xanten,
viveram várias gerações de antepassados de Erwin Kerckhoff cuja origem remonta
ao século XVI. Em Xanten, a família Kerckhoff, teve destacadas funções sociais,
políticas e religiosas, participando inclusive da reforma luterana, em
Würtenberg (1517). No primeiro quartel do século XIX, o avô de Erwin, nascido
em 1811 e chamado Heinrich Karl Kerckhoff, acompanha a família que se transfere
para Berlim. É aí que se casa, em 1851, com Amália Foembsdorf e nascem seus
quatro filhos Otto, Max, Paul e Moritz. Max Kerckhoff nasceu em 1855 e casou-se
com Thereza Auguste Weitz, em 1884, de cuja união teve os filhos Erwin, Kurt e
Paul.
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Sophie Mielke Kerckhoff
Autor: Erwin Kerckhoff
Data: 1912
Dimensão: 11,5x16,5 cm
Acervo: Max Kerkhoff
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Depois de ter cursado até
o segundo ano de engenharia (ao que tudo indica, por imposição familiar), na
Escola Politécnica de Berlim, mas amante das plantas, Erwin Kerckhoff decide
emigrar para o Brasil. Embora não se conheçam os verdadeiros motivos que o trouxeram
a terras tão distantes e de hábitos tão diferentes dos seus, embarca em
Hamburgo, no vapor Cap Ortegal, chegando sozinho ao Rio de Janeiro, quando
declara ser agricultor, conforme consta do Livro de Entrada de Estrangeiros n°
100, às folhas 38 (verso) e 39, a 1 ° de fevereiro de 1911.
Segundo
familiares do fotógrafo, ele teria vindo visitar esse pastor, e não quis mais
voltar. É provável que em cartas enviadas ao amigo, Grimm tivesse despertado a
sua curiosidade para conhecer região ainda tão primitiva, mas de natureza
generosa em beleza, diversidade de espécies vegetais e terras férteis - segundo
hipótese levantada pelos familiares – (1) considerando que foi o próprio
Hermann que o recepcionou, enviando um empregado para buscá-lo a cavalo em Santa
Leopoldina, quando de sua chegada. Segundo o fIlho mais velho de Erwin, o pai
declarava ter vindo para o Brasil por problemas de saúde. Mas a sua vinda pode
ser atribuída, certamente, à propaganda do governo brasileiro, que propalava a
distribuição de glebas produtivas aos imigrantes, no Espírito Santo. Erwin
encontrava aí a possibilidade de adquirir uma propriedade agrícola, a preços
módicos e para pagamento a longo prazo e em suaves parcelas, o que lhe
permitiria concretizar o sonho de viver em contato com a natureza e trabalhar
na própria terra. Vale ressaltar a situação difícil que vivia a Alemanha nessa
época. Lá, boa parte da população só encontrava trabalho no campo, como
empregada dos senhores feudais, recebendo, como assalariada, baixíssimos salários,
o que afastava qualquer possibilidade de adquirir terrenos agricultáveis. E
mesmo que a indústria vivesse em período de crescimento, conflitos sociais e
uma política imperialista desencadeavam constantes lutas, que levariam a
Alemanha àquilo que já parecia inevitável, a Primeira Guerra Mundial. (2) Viver
na América significava também a possibilidade de escapar de um futuro tão
incerto e tenebroso e até de uma possível convocação para as frentes de
combate. O desconhecimento da maioria dos produtos aqui produzidos e a
inexperiência com as tarefas agrícolas, a distância dos centros mais
desenvolvidos, agravada pela falta de estradas, a natureza ainda pouco domada,
as doenças tropicais e a falta de assistência médica, a alimentação à base de
farinha de mandioca, fubá e feijão preto - muito diferente, portanto, daquela a
que estava acostumado na Europa - e os escassos recursos concedidos pelo poder
público aos imigrantes, não intimidam, mas parecem mesmo ter servido de desafio
ao ilustre alemão, que decide ficar, para "viver livre e ser feliz",
como revelaria mais tarde aos filhos.
Muda-se
depois para a casa de Franz Saager, proprietário de uma loja comercial, onde
atende a freguesia e trabalha como guarda-livros.
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Else Mielke e Erwin Kerckhoff (sentados, no centro), imigrantes alemães, residentes em Santa Maria de Jetibá, filhos, netos e amigos; Marta e Max Kerckhoff, com a filha Érica (sentados à direita); Luiza Hermann Pietschink, e filhos (à esquerda); Else, paulo, Kurt e Henrique (atrás). Autor: Erwin Kerckhoff. Data: 1938. Dimensões: 12,8 x 17 cm. Acervo: Max Kerckhoff. |
Amante
da arte e conhecedor do ofício de fotógrafo já na Alemanha, é manejando uma
pequena câmara e lidando com objetivas, chapas e químicas que trouxe consigo da
Europa, que começa a trabalhar como autônomo no Espírito Santo. Desloca-se por
toda a região de Santa Leopoldina, a pé, com o equipamento às costas, parando
em todas as casas de imigrantes à procura de interessados em comercializar seus
ícones. Fez retratos individuais e de famílias inteiras de pomeranos, além de
mulheres grávidas, crianças, cenas domésticas e de trabalho, das primeiras gerações
desses imigrantes no Brasil, inserindo às vezes os retratados num cenário ou
numa ambientação ilusória, colocando atrás dos retratados uma colcha ou toalha
branca bordada. Enquanto os homens que retratou apresentam trajes pesados e
escuros, as mulheres e meninas assumem um ar ingênuo ou delicado, segurando nas
mãos pequenos objetos ou buquês de flores. O pano de fundo é, quase sempre, a
natureza, o jardim da própria casa, a plantação de café ou a nova moradia toda
caiada de branco, com ampla varanda, construída pelo colono na gleba, sucesso
que precisa ser mostrado a parentes e amigos. Esses ícones eram enviados à
Europa ou permaneciam pendurados como decoração primordial nas paredes da sala
da própria residência, causando deslumbramento e fascínio a algumas pessoas e
estranhamento, repulsa ou preocupação a outras.
Fotografou
inúmeras vezes também os filhos, esposa, outros familiares e amigos,
inserindo-os num único bloco e fazendo parte ele próprio de muitas dessas
imagens. Erwin Kerckhoff era tão inventivo e ousado para a época, que foi capaz
de adaptar e mudar o sistema das câmaras fotográficas, além de criar
dispositivos para disparar a câmara a um simples toque num fio de linha. Tal
artifício permitia-lhe organizar o grupo de pessoas que queria retratar, focar
e juntar-se ele próprio à cena, de onde acionava a câmara.
Já
conhecido e conceituado entre os imigrantes de toda a região, (3) comprou
depois um cavalo e um equipamento mais sofisticado, transportando o alforje com
o material no lombo do animal, o que lhe permitia percorrer distâncias maiores,
num raio que incluía Biriricas, Domingos Martins, Santa Leopoldina e Santa
Maria de Jetibá. Atendia também a encomendas para documentar casamentos e
batizados nas igrejas de toda a região, viajando às vezes cerca de dez horas
por picadas abertas na mata, permanecendo fora de casa por mais de quinze dias.
Revelava depois os filmes e ampliava as fotografias num laboratório improvisado
num quarto, em sua residência. O material para isso era trazido do Rio de Janeiro
até Vitória por casas especializadas. Para adquiri-lo Kerckhoff fazia parte da
viagem a cavalo e depois de barco. A iluminação era feita com uma lamparina de
azeite ou querosene, com um vidro vermelho, que antecipa a atual lâmpada
vermelha. Concluído o trabalho, empreendia o mesmo trajeto difícil para
entregar os retratos aos fregueses.
A
ousadia de suas composições, a perfeição de seus retoques e o efeito inusitado
dos contrastes de luz e sombra que obtinha, podem ser observados, ainda hoje,
graças à perfeita definição das imagens que produziu, mesmo considerando que as
fotos foram guardadas indevidamente ou estão hoje mal-acondicionadas. Isso
permite colocar esse alemão, que deve ser inserido na galeria dos grandes
artistas-fotógrafos que atuaram tanto no Estado, no inicio do século XX, como
um dos maiores retratistas do seu tempo.
Embora
não desistisse do sonho de tornar-se um agricultor bem sucedido, o trabalho na
lavoura será atividade secundária em relação à fotografia. Assim, ao casar-se,
em 1912, em Biriricas, no município de Santa Leopoldina, com Sophie Luise
Auguste Milke (nascida em 1891, em Santa Leopoldina), com a qual teve sete
filhos (4), declara exercer a profissão de artista, conforme consta do livro n.
3 de Registro de Casamento, à folha 53, em 18 de maio de 1912. O casal passa a
viver em Santa Maria de Jetibá, uma vez que, com as parcas economias, consegue
comprar e pagar, gradativamente, com o trabalho, uma gleba naquela localidade,
apenas um ano depois de chegar ao Brasil. A partir daí a atividade de fotógrafo
passaria a ser dividida com a de pesquisador agrícola: ele se aventura a
cultivar produtos totalmente desconhecidos no Brasil do seu tempo, como veremos.
Residiu,
no período de 1919 a 1923, na Fazenda do Carrero, de propriedade de Francisco
Antonio de Almeida (distante cerca de 3 km ao sul de Santa Leopoldina), da qual
foi administrador.
Com
a morte da esposa, em 18 de maio de 1923, contrai segundas núpcias, poucos
meses depois, com Else Milke (irmã de Sofia, nascida em 1888).(5) Dessa união,
nasce-lhe mais um filho, Henrique.
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Banda de música de Santa Maria de Jetibá (primeiro, sentado à esquerda é Max Kerkhoff). Autor: Erwin Kerckhoff. Data: cerca de 1947. Dimensões: 8,5 x 13,5 cm. Acervo: Max Kerkhoff. |
Em
Santa Maria de Jetibá, na época formada apenas por quatro famílias de
imigrantes (a do comerciante Frederico Grulke, a do pastor evangélico Roelke, a
de Augusto Jacob e a do próprio Kerckhoff), torna-se também professor,
ensinando alemão e outros conhecimentos aos filhos dos imigrantes. Ensinou
também em São Sebastião, para onde se dirigia diariamente percorrendo uma
distância de 9 km a cavalo, uma vez que até 1928 não havia nenhuma escola
pública na região. Com a chegada, naquele ano, da primeira professora
brasileira, a língua portuguesa começou a ser ensinada aos filhos dos colonos,
que até então só falavam e escreviam o alemão, ensinado pelo pastor na igreja e
pelos pais. Na mesma época (1927), o comerciante Frederico Grulke abriu uma
estrada de 12 quilômetros, ligando Santa Maria de Jetibá a Caldeirão, onde já
existia outra que ligava Santa Teresa a Itarana, para poder escoar o café da
região até o porto de Santa Leopoldina, através de um pequeno caminhão Ford,
que transportava apenas 15 sacas por viagem. Tal empreendimento acarreta grande
expectativa de desenvolvimento na região e de melhores condições de vida para
os colonos. Como o negócio era rentável, Grulke adquire outro veículo Saurer,
que transportava mais do dobro de sacas do produto, no entanto, com a crise do
café, gerada pela queda da bolsa de valores de Nova Iorque, o empreendimento
fracassou, gerando decadência geral da lavoura e do comércio daquela região, o
que torna mais escassos também os trabalhos do fotógrafo.
Mesmo
dedicando-se a outras atividades, depois de casado, foi principalmente como
fotógrafo que continuou a manter a família, uma vez que era o único
profissional em exercício na região de Santa Maria de Jetibá, intercalando
nessa trajetória períodos de intensa atividade e bons lucros com outros de
crise financeira, em razão da diminuição das encomendas.
Até
o final da década de 20, a inexistência de estradas, a distância dos centros
consumidores maiores e os empreendimentos agrícolas nem sempre bem-sucedidos,
fizeram com que a fotografia continuasse sempre a ser exercita como ofício e
como hobby. Os atributos visuais da obra fotográfica de Kerckhoff são hoje de
suma importância tanto por seus inegáveis valores artísticos, como pelo seu
poder de congelar e perpetuar histórias de vida e aspectos da cultura dos
pomeranos.
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Else Mielke e Erwin Kerckhoff (sentados no centro) e filhos Henrique e Else, na frente; Max, Luisa, Paulo e Kurt, atrás. autor: Erwin Kerckhoff. Data: c. 1928. Dimensões: 8,5 x 13,7 cm. Acervo: Max Kerckhoff. |
Depois
de se instalar no Brasil, Kerckhoff viaja uma única vez à Alemanha, em 1928,
para visitar a mãe e outros familiares e para pesquisar novos processos
fotográficos e técnicas agrícolas, ausentando-se do país que adotou como pátria
cerca de quatro meses.
À
medida que os filhos cresciam, passavam a ajudar e a substituir o pai na
lavoura em Santa Maria de Jetibá, onde plantavam verduras, legumes, café,
milho, feijão e criavam alguns animais (porcos, galinhas, cavalos e vacas),
para ter leite e carne para o próprio consumo, vendendo o excedente. Na
esperança de ampliar e diversificar a produção, visando a obter melhor renda,
em razão da crise do café, Erwin Kerckhoff, seguindo os passos de outros
colonos, muda-se, em 1932, para a região de Pancas, ao norte de Colatina, onde
inicia a atividade de apicultor. O empreendimento não dá resultados
satisfatórios, apesar do empenho do alemão, que sobe e desce os terrenos
íngremes e percorre longas distâncias no meio da mata, com as caixas dos
apiários às costas, à procura de flores para a sobrevivência das colméias.
Decepcionado com a perda das abelhas, tanto pela insuficiência de flores, como
pelo ataque de predadores, volta a Santa Maria de Jetibá, empregando-se na casa
comercial de Emílio Arnholz, enquanto os filhos plantam o terreno com
couve-flor. Os Kerckhoff foram os primeiros a produzir esse gênero hortícola no
Estado, com sementes enviadas por parentes da Alemanha e aclimatadas por Erwin
no seu "laboratório de experiências". As hortaliças eram trazidas
pelo fotógrafo, a cavalo e de barco, para Vitória e vendidos de porta em porta
a uma clientela de empresários ricos, como a família Hilal, uma vez que o
produto era totalmente desconhecido pela maioria da população. Por sua
atividade comercial e profissional, tornou-se amigo de personalidades como
Carlos Lindenberg e Jones dos Santos Neves, que o estimulavam e ajudavam a
divulgar a novidade.
A
família Kerckhoff não desistiu de acreditar nos resultados que poderia obter
com a plantação desse e de outros produtos. Apesar dos tempos difíceis que
enfrentou no início, tornou-se, em pouco tempo, a maior produtora de couve-flor
no Estado. Foi ela também a primeira a plantar eucalipto na região de Santa
Maria de Jetibá, inserindo as mudas nos locais de desmatamento. Kerckhoff
ensinava aos imigrantes a importância de preservar a mata nativa, alertando
inclusive para o seu papel na manutenção dos rios e de outros mananciais.
Durante
a permanência em Vitória para comercializar as hortaliças, o estudioso, e líder
mais bem preparado entre os imigrantes, Erwin Kerckhoff comprava material
fotográfico e procurava se abastecer de soro antiofídico e outros medicamentos
que completavam uma caixa de primeiros socorros, aplicando-os ele próprio
muitas vezes nos agricultores da região, salvando assim muitas vidas. Até
então, morreram muitos pomeranos, por desconhecerem meios eficazes de defesa
contra as picadas de cobra.
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Sofia Mielke e Erwin Kerckhoff (sentados, no centro) e filhos Else, Max, Luisa, Paulo e Kurt. Autor: Erwin Kerckhoff. Data: c. 1920. Dimensões: 8,7 x 13,7 cm. Acervo: Max Kerckhoff. |
Nos
anos 40, Florêncio Berger, comerciante e proprietário de grande extensão de
terra na região de Santa Maria de Jetibá, começou a comprar os produtos
cultivados pelos pequenos produtores, trazendo-os diretamente para o mercado da
Vila Rubim, o que estimulou o plantio de maiores áreas e diversidade de
verduras, legumes e frutas e proporcionou melhores condições de vida aos
agricultores.
Embora
nunca revelasse vocação para a agricultura, preferindo o trabalho como
fotógrafo, Erwin estimulava os filhos a permanecer como lavradores em glebas
próprias. Ensinava-lhes que a verdadeira felicidade só seria encontrada por
eles no trato com a terra, razão porque não os incentivou a continuar os
estudos.
Homem
letrado, cultivou o gosto pela leitura e manteve em sua casa na zona rural de
Santa Maria de Jetibá uma biblioteca, com um número respeitável de obras de
várias áreas de conhecimento. Muito dedicado e organizado, catalogou e numerou
os negativos fotográficos, o que facilitava o seu trabalho quando algum cliente
lhe solicitava alguma cópia. Esse acervo, no entanto, se perdeu quase
inteiramente, uma vez que não foi conservado pelos filhos, encontrando-se hoje
em acervos particulares.
Criativo,
inteligente e trabalhador, Erwin não se conformava com os primitivos
implementos agrícolas utilizados em suas lavouras pelos vizinhos pomeranos.
Procurou aperfeiçoar técnicas, criou e instalou equipamentos, quase sempre
inventados por ele, entre os quais uma rede elétrica, puxada da usina Santa
Maria, distante cerca de dois mil metros de sua propriedade agrícola. Como o
sistema utilizado não rendesse resultados muito satisfatórios, uma vez que não
movia todos os equipamentos, construiu um gerador de energia elétrica, movido a
óleo, mas capaz de fazer funcionar um moinho de fubá. Inventou também pequenos
geradores elétricos, a partir de baterias de automóveis que foram instalados em
casas de colonos vizinhos. Construiu ainda um pluviômetro para medir a
quantidade de chuva que caía a cada ano, com anotações registradas
minuciosamente num caderno, para que assim pudessem estudar os produtos que
poderiam plantar com melhores resultados. Como os colonos da região tinham
muita dificuldade para se orientar, uma vez que não possuíam meios de saber as
horas exatas do dia, improvisou um relógio de sol com uma armação de madeira.
Para
aumentar um pouco a renda familiar, vendia também certidões de batismo,
ilustradas por ele com decalques que mandava imprimir. Colocava as certidões em
envelopes decorados, que eram adquiridos pelos padrinhos para serem oferecidos
como lembrança aos afilhados.
O
sítio comprado e formado por Erwin Kerckhoff em Santa Maria de Jetibá é ainda
hoje propriedade mantida pelo seu filho mais novo, Henrique, que ali reside.
Notas:
(1) Depoimento de Max Kerckhoff (filho mais velho de Erwin), à autora, em 12 de
fevereiro de 1999.
(2)
Foram convocados para a Guerra os dois irmãos de Erwin Kerckhoff, Kurt e Paul,
ambos falecidos em combate.
(3)
Desde 1847 ,viviam na região de Santa Leopoldina e Santa Isabel as primeiras
famílias de imigrantes alemães originárias do Reno. Na década seguinte, embora
a população da região fosse constituída em sua maioria por alemães vindos de
diferentes localidades, havia também suíços, franceses, holandeses, tiroleses,
luxemburgueses, belgas, entre outros. Nas décadas de 1870 e 1880, os pomeranos
chegaram em grande quantidade, contribuindo com seu trabalho, perseverança e
capacidade no trato e manuseio do solo, para dar novo alento à colônia, segundo
Ernst Wagemann. A Colonização alemã no Espírito Santo, 1949, p.24 e seguintes.
(4)
São eles: Max (ou Maximiliano), Luíza, Paulo, Kurt, Elza, Theresa (falecida com
apenas 2 anos) e Karl (falecido pouco depois do nascimento, bam como sua mãe).
Max reside em Vila Velha. Além de agricultor, atuou também como fotógrafo,
profissão que aprendeu com o pai ainda na infância. Kurt (falecido), deixou o
filho Ademar, advogado e avicultor. Luiza casou-se com o maestro Hermann
Miertschenk e tem o filho Hans, pastor luterano, em Califórnia, município de
Domingos Martins.
(5)
Sophie e Else Mielke eram netas dos primeiros imigrantes pomeranos que chegam a
Domingos Martins. Filhas de Carlos Mielke, pomerano, e Luísa Becker, alemã da
Renânia.
Referência: LOPES, Almerinda da
Silva. Memória aprisionada: a visualidade fotográfica
capixaba, 1850/1950. [Vitória, ES?]: EDUFES, 2002.
Fontes: Arquivo particular
de Max Kerckhoff. Depoimento falado e escrito de Max Kerckhoff (filho de
Erwin), à autora, em 12.02.1999.
Schwarz, Francisco. Famílias
de Santa Leopoldina. s.l.p., 1994.
É muito alentador conhecer uma trajetória tão profícua e vitoriosa neste mundo de tantas inconsequências.
ResponderExcluirBoa tarde se possível poder me ajudar o sobrenome kerckhoff e kerkhoff são a mesma família pelo que ouvi dizer e um erro de digitação
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