domingo, 27 de maio de 2018

UGO EUGÊNIO MUSSO

Nasceu em 5 de outubro de 1922, em Ferrara, Itália. Faleceu em Vila Velha, em 23 de setembro de 1978.
A família transfere-se para o Brasil quando o menino Ugo tem apenas 8 anos de idade. Instala-se, primeiramente, no município de Santa Teresa, Espírito Santo. Na adolescência, passa a morar em Vitória. O pai retira o filho da escola para empregá-lo como atendente em uma farmácia quando ele tem apenas 12 anos de idade. Seu salário ajuda no sustento da família pobre. O jovem aprende depois o oficio de marceneiro e de barbeiro.
Na década de 40, Ugo Mussa torna-se balconista e depois fotógrafo da loja especializada em produtos fotográficos Empório Capixaba, a qual mantinha também um laboratório para revelação de filmes, ampliação e reprodução de fotografias. Essa atividade permitiu-lhe voltar a estudar. Concluiu o curso ginasial e aprofundou o interesse pela fotografia. Adquiriu equipamento e materiais próprios, trabalhou e obteve subsídios técnicos com profissionais como Jamil Merjane e Humberto Bucher, que o antecederam no cargo de fotógrafo do Empório e com quem aprendeu todos os passos para revelação e reprodução das imagens fotográficas. Ampliou os conhecimentos lendo também os manuais fornecidos pelas indústrias fotográficas internacionais, os quais lhe possibilitaram aprimorar a sensibilidade e o gosto por esse gênero de arte, bem como o puseram em contato com todas as inovações tanto de equipamentos como de produtos fotográficos lançados no mercado. Esforçava-se para ultrapassar os conhecimentos meramente técnicos que a atividade profissional, como reprodutor de imagens produzidas por terceiros, exigia. Aprendeu a fotografar, a compor, a utilizar efeitos de luz e sombra e a consertar equipamentos, aproximando-se de experientes profissionais e amadores que mandavam revelar os filmes ou que adquiriam materiais na casa comercial em que trabalhava. Além dessa atuação profissional de natureza predominantemente técnica, passou a produzir imagens com atributos artísticos, que o tomaram um dos idealizadores e um dos membros fundadores do Foto Clube, elegendo-se diretor-técnico dessa instituição. Mas a paixão pela arte fotográfica parece ter sido alimentada por outro aficionado, chamado Francisco Quintas Júnior, de quem se tomou grande amigo. A amizade gerou também a possibilidade de trabalharem, juntos, montando os dois o Stúdio Quintas. Em 1951, após o casamento de Ugo com Ursula Meyer Musso, a sociedade foi desfeita e este montou o seu próprio empreendimento, denominado Foto Musso, à Avenida Capixaba, 28, que funcionou por mais de 30 anos.
Além de fotos para documentos, revelava filmes para amadores e registrava batizados, casamentos, aniversários e outros eventos sociais, esportivos e religiosos. Como hobby, revelou predileção pelas paisagens, animais e monumentos arquitetônicos do Espírito Santo, registrando inúmeras vezes todos os ângulos do Convento da Penha e seu entorno, nas décadas de 50, 60 e 70. Isto não impediu que se interessasse também pelos instantâneos. Trabalhou como fotógrafo do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, documentando com sua objetiva todas as etapas da construção de estradas e pontes, atividade que exerceu até os anos 70, quando se aposentou.
Além de fotógrafo, dedicou-se ainda à música, tocando bandolim, e ao aprendizado de línguas estrangeiras.            .
Participou, com destaque, de mostras e salões fotográficos, obtendo o segundo lugar com a obra Retrato, na Primeira Exposição de Arte Fotográfica de Amadores, em 1945, e a primeira colocação no I Salão de Arte Fotográfica do Foto Clube do Espírito Santo, em 1946, com dois trabalhos: Eterno e Recanto Capichaba.
Fontes: NASCIMENTO, Gese M. L. do. Foto Clube do Espírito Santo. Vitória, UFES, 1997 (trabalho de graduação em Artes Plásticas).
Vida Capichaba, 1945-1968.
Referência: LOPES, Almerinda da Silva. Memória aprisionada: a visualidade fotográfica capixaba, 1850/1950. [Vitória, ES?]: EDUFES, 2002.

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