Nasceu
em Santos (SP), a 15 de abril de 1899. Faleceu a 12 março de 1987. Revelou
muito cedo forte vocação e sensibilidade artística, ainda na sua cidade natal,
onde se dedicou à música, atuando como tenor no teatro lírico do Centro
Espanhol de Santos. Começa também ali o seu aprendizado fotográfico, atuando
como laboratorista e retocador de uma empresa do ramo.
Transferiu-se
para Vitória, a fim de trabalhar na empresa de Antenor Guimarães & Cia.
Ltda., na qual ocupou posição de destaque. Nesta cidade, a paixão pela
fotografia aproximou-o de outros amadores, tornando-o um dos sócios fundadores
do Foto Clube do Espírito Santo. Alguns de seus colegas, consideravam-no
"o melhor fotógrafo" daquela entidade artística, a quem chamavam
carinhosamente "Neco" e "professor", por ter sido um dos
mais eficientes e experientes instrutores dos cursos de iniciação e
aperfeiçoamento fotográfico ministrados pelo Foto Clube, mas também por ter
sido ele o membro mais velho da geração de fundadores do Foto Clube. Foi eleito
Diretor Técnico da entidade, cuja diretoria era encabeçada pelo Dr. José de
Almeida Rebouças, no período de 1948 a 1955.
Em
1947, participa da Primeira Semana de
Arte Capixaba, realizada no Teatro Carlos Gomes, classificando-se em 2º
lugar.
Em
1949, classifica em terceiro lugar as obras Espraiando e Filigranas,
no II Salão de Arte Fotográfica, promovido pelo Foto Clube local. No ano
seguinte, a fotografia de sua autoria denominada Via Crucis, recebe o 1º lugar na terceira versão do Salão citado.
Este último ícone fotográfico foi capa da revista Vida Capichaba (701), julho 1950, com a qual o autor colaborava.
Suas
fotos foram muito apreciadas não só no Espírito Santo, mas em todo o Brasil e
no exterior, sendo aceito nas principais mostras e salões locais, nacionais e
internacionais. Detentor de vários prêmios importantes e menções honrosas, como
a recebida no Rio Grande do Sul, em 1962, com a obra Nervuras, tornou-se um dos poucos fotógrafos brasileiros a obter o
título da AFIAP-Artistic Federation Internacionalle del'Arte Photographique e o
da AFB- Artístico Fotográfico Brasileiro, pela Confederação Brasileira de
Fotografia e Cinema.
Artista
na verdadeira acepção do termo, rejeitava os modismos e as novidades do
automatismo da moderna técnica fotográfica, usando sempre uma velha
"Leica" e dizendo preferir as revelações sem truques, já que se
mostrava fascinado pelo inusitado ou pela surpresa, "uma vez que a
fotografia aproximava-se da arte moderna, perdendo cada vez mais a sua frieza mecânica".
Tornou-se um verdadeiro mestre nos extraordinários efeitos de luz de suas
fotos.
Atuou
também como membro da Comissão Artística do Foto Clube do Espírito Santo.
Nota:
(1) “Encerrada a Quinzena de Arte”, A Tribuna, Vitória, 21 dez. 1947, p.8.
Referência:
LOPES, Almerinda da Silva. Memória
aprisionada: a visualidade fotográfica capixaba, 1850/1950. [Vitória, ES?]:
EDUFES, 2002
Fontes:
A Tribuna, 1946-1955.
NASCIMENTO,
Gese M. L do. Foto Clube do Espírito
Santo. Vitória, UFES, 1997.
Plínio
Marchini, "A Arte maior da fotografia", Revista Capixaba, Vitória, ano lI, 14:66-9, abril 1968.
Nenhum comentário:
Postar um comentário