domingo, 27 de maio de 2018

MANOEL MARTINS RODRIGUES


Nasceu em Santos (SP), a 15 de abril de 1899. Faleceu a 12 março de 1987. Revelou muito cedo forte vocação e sensibilidade artística, ainda na sua cidade natal, onde se dedicou à música, atuando como tenor no teatro lírico do Centro Espanhol de Santos. Começa também ali o seu aprendizado fotográfico, atuando como laboratorista e retocador de uma empresa do ramo.
Transferiu-se para Vitória, a fim de trabalhar na empresa de Antenor Guimarães & Cia. Ltda., na qual ocupou posição de destaque. Nesta cidade, a paixão pela fotografia aproximou-o de outros amadores, tornando-o um dos sócios fundadores do Foto Clube do Espírito Santo. Alguns de seus colegas, consideravam-no "o melhor fotógrafo" daquela entidade artística, a quem chamavam carinhosamente "Neco" e "professor", por ter sido um dos mais eficientes e experientes instrutores dos cursos de iniciação e aperfeiçoamento fotográfico ministrados pelo Foto Clube, mas também por ter sido ele o membro mais velho da geração de fundadores do Foto Clube. Foi eleito Diretor Técnico da entidade, cuja diretoria era encabeçada pelo Dr. José de Almeida Rebouças, no período de 1948 a 1955.
Em 1947, participa da Primeira Semana de Arte Capixaba, realizada no Teatro Carlos Gomes, classificando-se em 2º lugar.
Em 1949, classifica em terceiro lugar as obras Espraiando e Filigranas, no II Salão de Arte Fotográfica, promovido pelo Foto Clube local. No ano seguinte, a fotografia de sua autoria denominada Via Crucis, recebe o 1º lugar na terceira versão do Salão citado. Este último ícone fotográfico foi capa da revista Vida Capichaba (701), julho 1950, com a qual o autor colaborava.
Suas fotos foram muito apreciadas não só no Espírito Santo, mas em todo o Brasil e no exterior, sendo aceito nas principais mostras e salões locais, nacionais e internacionais. Detentor de vários prêmios importantes e menções honrosas, como a recebida no Rio Grande do Sul, em 1962, com a obra Nervuras, tornou-se um dos poucos fotógrafos brasileiros a obter o título da AFIAP-Artistic Federation Internacionalle del'Arte Photographique e o da AFB- Artístico Fotográfico Brasileiro, pela Confederação Brasileira de Fotografia e Cinema.
Artista na verdadeira acepção do termo, rejeitava os modismos e as novidades do automatismo da moderna técnica fotográfica, usando sempre uma velha "Leica" e dizendo preferir as revelações sem truques, já que se mostrava fascinado pelo inusitado ou pela surpresa, "uma vez que a fotografia aproximava-se da arte moderna, perdendo cada vez mais a sua frieza mecânica". Tornou-se um verdadeiro mestre nos extraordinários efeitos de luz de suas fotos.
Atuou também como membro da Comissão Artística do Foto Clube do Espírito Santo.
Nota: (1) “Encerrada a Quinzena de Arte”, A Tribuna, Vitória, 21 dez. 1947, p.8.
Referência: LOPES, Almerinda da Silva. Memória aprisionada: a visualidade fotográfica capixaba, 1850/1950. [Vitória, ES?]: EDUFES, 2002
Fontes: A Tribuna, 1946-1955.
NASCIMENTO, Gese M. L do. Foto Clube do Espírito Santo. Vitória, UFES, 1997.
Plínio Marchini, "A Arte maior da fotografia", Revista Capixaba, Vitória, ano lI, 14:66-9, abril 1968.

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